Review: Trek to Yomi

Por Ricardo Syozi

Desenvolvido por Flying Wild Hog em parceria com Leonard Menchiari, Trek to Yomi é mais um jogo publicado pela sempre apaixonante Devolver Digital. A aventura segue a jornada de Hiroki, um samurai que quer enfrentar um guerreiro que destruiu sua vila. O game está disponível para PCs, consoles da linha Xbox e, claro, PlayStation 4 e 5. Mas será que a jogatina vale a pena?

Confira o review de Slipstream

A jogabilidade de Trek to Yomi mistura momentos em 2.5D com partes em 3D. Tudo é mesclado durante cada capítulo, permitindo que o jogador explore algumas partes enquanto se prepara para os encontros com inimigos. 

Os controles respondem bem, permitindo ao protagonista realizar golpes certeiros contra seus oponentes. Mesmo não havendo muitos desafios no quesito plataforma, há partes que exigem um pouco mais de reflexo, especialmente contra oponentes e transições de telas. De qualquer forma, já vale destacar: o game não é nada difícil.

Preto, branco e cinza

Em um primeiro momento, é fácil apontar que o destaque de Trek to Yomi é o seu visual. Todo o game é em preto e branco, com detalhes que fazem referência ao cinema japonês de samurais. Chega a ser fácil demais compará-lo com a filmografia de Akira Kurosawa, sendo assim, não farei isso.

Confira o review de Crystar

Há cenários inacreditavelmente lindos, todos feitos com muita atenção pelos desenvolvedores. Isso fica ainda mais surpreendente se prestarmos atenção na trilha sonora magnífica e na dublagem que beira a perfeição. Todo o trabalho técnico do jogo é de se aplaudir, pois nem todos os títulos AAA têm essa atenção a detalhes. Esse motivo já é o suficiente para dar uma chance ao game.

Outro fator que considero de grande relevância são seus colecionáveis. Como muitas obras, há uma certa quantidade de artefatos que podem ser adquiridos nos capítulos. Mesmo não oferecendo nenhum tipo de upgrade para o personagem, esses itens são verdadeiras peças históricas do Japão do período Edo. Então, buscar todos acaba sendo uma aula bacaninha de curtir.

Infelizmente, nem mesmo o melhor filme de samurai é perfeito…

Os passos difíceis de Trek to Yomi

Com cerca de cinco horas de jogatina para chegar a seu final, Trek to Yomi é curto e mesmo assim consegue ser repetitivo. Os dois momentos mencionados no segundo parágrafo ocorrem quase sempre na mesma ordem, esse ritmo diminui a quantidade de surpresas pelo caminho.

Além disso, o combate não é o que eu chamaria de profundo. Há golpes fracos e fortes, mas também há botão de esquiva e outro para dar o famoso “parry” para rebater uma investida inimiga. Porém, como os encontros acontecem com uma frequência padronizada, fica fácil se acostumar e usar as mesmas táticas contra os inimigos.

Falando nos vilões, há uma pequena variedade entre eles, mas nada fora de um padrão estabelecido na indústria há tempos. Os chefes são os únicos que trazem algum desafio, exigindo que o jogador aprenda a melhor estratégia para sair vitorioso da peleja. 

Por último, há alguns poucos quebra-cabeças durante os capítulos. Infelizmente, eles são extremamente fáceis para resolver. Até concordo que os puzzles se encaixam na narrativa, mas acabam passando a impressão de que foram adicionados para entregar algo relativamente diferente na jornada de Hiroki em Trek to Yomi.

Vale a pena?

Não me leve a mal. Eu realmente gostei do tempo que passei com a aventura da Flying Wild Hog. A verdade é que chegou um momento no qual eu jogava de forma automática, apenas aguardando ansiosamente pela próxima cutscene ou diálogo entre os personagens.

A sensação que tive é que os esforços foram direcionados para a arte de Trek to Yomi, enquanto a jogabilidade ficou em segundo plano. Mesmo assim, explorar e encarar os momentos mais tensos da obra me divertiram bastante. Uma imersão que vale cada minuto, mesmo que o game seja curto.

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* análise feita com código cedido pela distribuidora