ClayFighter foi uma franquia maluca e engraçada
Por Ricardo Syozi
Em meio a títulos de sucesso, como Street Fighter 2 e Mortal Kombat, a Interplay queria um pedaço desse bolo de jogos de luta. Assim, ela trabalhou ao lado a desenvolvedora Visual Concepts, de vários games da franquia 2K, em uma obra que prometia trazer pancadaria e muito carisma. Aí nasceu a série ClayFighter.
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O primeiro título foi lançado em 1993 para Super Nintendo e Mega Drive. Pouco tempo depois, uma versão exclusiva chamada “Tournament Edition” chegou para o SNES.
A obra trazia um elenco de 8 personagens jogáveis, que são paródias de estereótipos de circo. Há nomes como Bad Mr. Frosty, um boneco de neve com aquela atitude dos anos 90, e Blue Suede Goo, uma personificação de Elvis Presley.
No entanto, o que chamou bastante a atenção na época foi que todos os lutadores foram feitos com animação de massinha, sendo animados através de digitalização no estilo de Mortal Kombat.
A narrativa segue um meteoro feito de massinha que cai em um circo americano, esparramando uma meleca interplanetária pelo local. Como resultado, atrações das mais distintas se transformam em seres conscientes com super poderes. Ah! Eles decidem se enfrentar em lutas 1 contra 1.
Por trazer uma jogabilidade muito similar com os jogos de luta contemporâneos, ClayFighter oferece uma experiência que facilita o “pegar e jogar”. Não há combos malucos ou movimentos impossíveis de fazer. Ou seja, quem já jogou Street Fighter 2, se sentirá perfeitamente em casa.
A sequência foi exclusiva da Nintendo
Em 1995, a Interplay decidiu lançar uma sequência exclusiva para o SNES. Chamado de ClayFighter 2: Judgment Clay, o jogo era basicamente um mais do mesmo, mas com a adição de novos personagens. Meu preferido é o homem-banana “Nana”, que tem um sotaque jamaicano e bons golpes.
No mais, toda a jogabilidade e modos de jogo são reminiscentes da versão Tournament Edition do primeiro ClayFighter. Alguns golpes são ruins de fazer, mas a maioria funciona com seus movimentos padronizados do gênero.
Aqui há diversão, ainda mais se você encarar como ele é: uma paródia de games de luta e da cultura pop da década de 90. Vale destacar que o subtítulo é uma referência clara ao filme O Exterminador do Futuro 2.
O Nintendo 64 recebeu a nova geração de massinha
Quando a geração dos 32 e 64 bits começou, eu tinha a expectativa de como seria ver um novo título da franquia. A empresa não me decepcionou, lançando ClayFighter 63 1/3 para o Nintendo 64 em 1997.
O game foi desenvolvido inteiramente pelo time interno da Interplay, que decidiu manter a animação com massinha digitalizada. No quesito jogabilidade, o título traz a adição de combos e barras de especiais para modernizar a obra. Além dos Claytalities, fatalities engraçados.
Ao todo, 12 personagens jogáveis fazem parte do elenco. Os destaques vão para os participantes especiais Earthworm Jim e Boogerman, ícones da geração de 16 bits. Há muitos cenários curiosos, mesmo que sem uma enorme quantidade de detalhes.
É verdade que a jogabilidade é bastante travada e exige paciência do jogador, entretanto, ela diverte aqueles jogadores que só querem curtir os personagens e dar boas risadas. De qualquer forma, ClayFighter 63 1/3 recebeu péssimas críticas, o que levou a companhia a tentar novamente…
Foi assim que nasceu ClayFighter: Sculptor's Cut, uma reimaginação de ClayFighter 63 1/3. A obra foi lançada de forma exclusiva na rede de locadoras Blockbuster. Ela trouxe 4 novos personagens, rebalanceamento na jogabilidade e melhorias menores que vão desde o menu à trilha sonora.
Depois disso, a franquia morreu, mas até tentou reviver…
Tentativas frustradas
Em 2011, a Interplay tentou trazer a franquia de volta com ClayFighter: Call of Putty, que seria lançado nos serviços digitais DSiWare e WiiWare. Ele seria um remake de ClayFighter: Sculptor's Cut, com novos gráficos e cenários. Segundo fontes da época, o jogo teria até um modo história.
Já em 2015, a Interplay anunciou que estava desenvolvendo um completo novo título da série ClayFighter. A produção teria mais de 20 personagens e uma mudança completa na jogabilidade, se assemelhando à franquia Super Smash Bros.
Contudo, em janeiro de 2016, um funcionário que havia trabalhado no projeto veio à público anunciar que a obra tinha sido cancelada. Uma pena.
Dá saudades
A série ClayFighter pode ter morrido de vez, não sei se faz falta para alguém além de mim. Porém, ela marcou a infância de muitos jogadores na década de 90, com seus personagens malucos e visual pouco comum.
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