Knockout City é simples, divertido, mas podia ser melhor

Por Victor Ponciani

Confesso que um trailer me chamou a atenção, pois ele trouxe vários estereótipos de jogos diferentes jogando uma partida divertida de queimada.

O estilo artístico misturando cyberpunk com anos 60 trazia muita personalidade. Esse trailer era de Knockout City, um jogo que pode ser simplificado como uma versão competitiva do esporte mencionado acima.

Em maio de 2021 o game foi lançado e infelizmente não se ouviu falar muito desde então. Felizmente, o título chegou para os assinantes da PS Plus em novembro do mesmo ano. Bom, estava na hora de testar. 

Será que isso foi um bom sinal? Vindo da EA, tenho minhas dúvidas sobre a qualidade de Knockout City.

Pra começar não há um modo história, como infelizmente está sendo o mais comum na indústria. Então este é mais um jogo que é 100% online, trazendo passes de temporada e customização premium. Porém, desta vez temos uma pequena surpresa: podemos comprar roupas e acessórios para o nosso avatar e também o passe de temporada com dinheiro que ganhamos jogando as partidas!

Eu não consigo lembrar a última vez que tivemos algo assim.

Para melhorar ainda mais, a jogabilidade é excelente. A sensação de pular pelos prédios e se defender no momento certo é indescritível. Há maneiras e bolas diferentes para fazer arremessos, com efeitos únicos que deixam a variedade em Knockout City ainda melhor.

Tudo isso em um jogo super simples e divertido de aprender. Pular para uma partida é fácil e o senso de progressão com novos eventos e itens entregues gratuitamente com o passar das temporadas.

Por outro lado, com o tempo, quanto mais você joga e se diverte, mais as rachaduras começam a aparecer.

Pra começar, há apenas três modos de jogo apresentados diariamente em Knockout City. Assim, apenas um deles muda todos os dias, ou seja, se você não gosta de um desses modos estará em maus lençóis. Os outros dois demoram uma temporada inteira para mudar e o outro troca a cada semana.

Os eventos são apenas superficiais. Por exemplo, um evento no qual acontece uma suposta invasão de aliens traz no lobby uma nave gigante pela cidade e um pequeno óvni que podemos usar. Porém, esse óvni é só em UM mapa exclusivo a ele e os aliens nunca surgem nas batalhas. Com isso, ganhamos apenas um modo player vs player e sem uma bola nova.

Outro fator que vale uma crítica é que fica uma sensação de que não há espaço para melhora por causa da facilidade do game. A partir do momento que você melhora seu timing tanto para defesa como ataque, não há nenhuma técnica a se aprender, não há uma maneira nova de jogar. O que depois de vários dias jogando chega a ser tedioso.

Entretanto, nenhum desses problemas se compara ao pior de todos: o servidor de Knockout City. Há dias em que tudo roda liso, mas há dias em que o menor movimento faz você teleportar pelo mapa ou ser desconectado da partida. Parece óbvio, mas para um jogo com foco online e necessidade de reação em tempo real, isso pode ser altamente frustrante. 

No geral, Knockout City é um jogo único, algo raro de se ver hoje em dia. Sua jogabilidade é simples e divertida, sendo um grande ponto a favor da obra do Velan Studios. Porém, a repetitividade e falta de conteúdo, infelizmente fazem esse jogo ser altamente cansativo depois de algumas semanas.

Se você realmente quer comprar, faça questão de juntar com uns amigos e pegar uma promoção, pois é dessa forma que o game ganha o seu devido destaque.