Conheça Yuki: um shmup em realidade virtual
Por Edson Godoy
O estilo de jogo conhecido lá fora por shmups e por nós, brasileiros frequentadores assíduos dos arcades nas décadas de 80 e 90, como os jogos navinha, é um dos gêneros preferidos dos entusiastas com inclinação maior aos jogos retrô. Mas isso não significa que esse tipo de game ficou restrito aos consoles antigos, até porque, com a onda saudosista que vivemos nos videogames, é cada vez mais comum novos títulos que utilizam jogabilidades super tradicionais, como a dos shmups 2D.
O legal é que alguns estúdios não ficam restritos somente ao estilo clássico e levam seus jogos para uma das formas mais modernas de se jogar hoje em dia: a realidade virtual!
Pensando nisso, o estúdio brasileiro ARVORE lançou em novembro de 2021 para PlayStation VR o game Yuki, um shmup com alma clássica, porém dentro do universo da realidade virtual, incorporando jogabilidade roguelike. Curiosamente, isso é algo que se encaixa perfeitamente nos jogos de navinha.
Na história, você viaja na imaginação de um garoto, que é dono de um boneco de ação de anime chamado Yuki. O objetivo é controlar essa figura de ação e superar todas as aventuras e desafios criados pela mente do jovenzinho.
Como controlar uma figura de ação em Yuki
No game, de uso obrigatório dos controles PS Move, você controla Yuki com uma mão, devendo atirar nos inimigos que vão aparecendo no horizonte e também desviando dos obstáculos que cruzarem seu caminho. Com a outra mão, você controlará um Orb que o auxiliará na jornada. Algo bem bacana, que fica claro logo de cara, é o jogo ser extremamente justo e premiará aquele que jogar bem, pois ele entrega uma jogabilidade extremamente precisa. Você perceberá isso ao desviar dos vários obstáculos que aparecem durante as fases e também ao mirar – e acertar – seus inimigos.
E o Orb? Para que serve? Aqui é um ponto que merece crítica, pois pensei que ele ficou subaproveitado no game. Imaginei que o item teria uma função semelhante ao existente em jogos clássicos do gênero, com funções como servir de escudo ou mesmo de replicar os tiros da nave, ou no caso do boneco de ação. Porém, em Yuki, o Orb tem como função apenas coletar os power ups que aparecem. Talvez com algo mais funcional, o jogo ficaria desequilibrado no quesito dificuldade, mas acho que seria algo interessante para ser melhorado pelos desenvolvedores.
Falando em power ups, existem três formas de consegui-los no jogo: um é na loja existente antes de cada missão; outra é coletando pequenas esferas azuis que aparecem ao matar os inimigos; e por fim, através de esferas maiores na cor verde aparecendo em locais específicos nas fases e possibilita ao jogador selecionar entre três power ups.
Graficamente, o jogo é muito bonito, seguindo a boa qualidade visual dos jogos do estúdio ARVORE, famoso pela série Pixel Ripped. A temática dos inimigos remete ao oriente, com muitos dragões e monstros que parecem ter saído de uma festa folclórica de Shangai. As músicas são animadas e os efeitos sonoros ajudam a criar o clima frenético do game, como um bom bullet-hell precisa.
Yuki é uma ótima adição à biblioteca do PlayStation VR e Oculus, levando o gênero shmup de um jeito bastante original para a realidade virtual. A aventura é curta, mas é o suficiente para divertir e deixar aquela empolgação para uma nova run, algo importante no gênero.
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Análise feita com código fornecido pela desenvolvedora.