Sony PlayStation 3

Need for Speed Shift 2: Unleashed

Jogo de corrida 3D com automóveis, estilo simulação, desenvolvido pela Slightly Mad Studios e publicado pela Electronic Arts. Além do PlayStation 3, o game também foi lançado para Xbox 360, dispositivos móveis e PC.

 

No PlayStation 3, além desta versão regular / limitada, o game também foi lançado em versão Greatest Hits.

 

Need for Speed é uma antiga franquia de jogos de corrida. Porém seu público é completamente diferente de franquias como Gran Turismo e Forza. Geralmente quem procura algum jogo da franquia tá pouco se importando se o diferencial mais solto ou não faz diferença na dirigibilidade no carro. Na verdade ele quer apenas se preocupar em pisar fundo com carros de luxo nas cidades, fugindo da polícia. Em outras palavras, por conta destas características, nunca fui uma pessoa muito entusiasmada com a série, alem do fato de terem transformado um jogo de corrida num jogo de mundo aberto com historinha de baixo orçamento que você encontraria num streaming da vida, apesar de ter gostado de alguns destes jogos num passado um pouco mais distante.

 

Só que no ano de 2009, eles decidiram criar um spin-off, voltado a atrair a atenção dos racers que já estão concentrado em outras franquias como Gran Turismo ou Forza Motorsport. E daí nasceu Need for Speed: Shift. Quando joguei a demo neste mesmo ano, eu fiz uma cara bastante torta para a franquia e acabei deixando-a de lado. Até que muitos anos depois decidi dar uma segunda chance à saga Shift ao ter a oportunidade de jogar este game: Need for Speed: Shift 2 Unleashed, Lançado em 2011 para PC, PlayStation 3 e Xbox 360.

 

O sistema de iluminação bastante simples dá a sensação do jogo datado. Apesar que, analisando friamente neste aspecto, Project Cars 3 não conseguiu evoluir muito, sendo que é um jogo lançado 10 anos depois. Por outro lado, é uma excelente notícia para quem não tem um PC tão bom. Vai conseguir curtir este game com boa performance. Uma coisa muito legal é a visão interna dos carros. Não só os ponteiros do painel funcionam mas também tem a animação da mão do piloto trocando as marchas nos carros de cambio manual em H. É uma experiência muito interessante e valorizada por aqueles que gostariam de ter uma imersão completa de pilotagem. Só precisam prestar atenção nas cutscenes. Quando acabei uma missão de drift, percebi que o piloto trocava a marcha através do poder da sua mente. Para se ter uma ideia, em Grid Autosport, lançado anos depois, a camera interna no PC é muito brochante, tudo embaçado. Nivelando por baixo com o que os consoles conseguiam fazer e que já estavam em seu absoluto limite na época que este jogo foi lançado.

 

Infelizmente faz falta a questão da falta do clima dinâmico, não tendo possibilidade de chuva, o que faz com que fique levemente atrás de jogos como o Grid. Já a jogabilidade é mais puxada para o lado arcade. Os carros tem a tendência de perder a traseira nas curvas, mas é ainda algo controlável. Não é aquela coisa exagerada que eu relatei no Project Cars 3, mas também é uma jogabilidade que sinceramente não justifica o uso de um volante, ao mesmo tempo. Pelo menos a experiência que tive com o joystick é mais agradável em Need for Speed Shift 2 Unleashed.

 

Os carros tem uma certa variedade, subdividido em categorias desde Retrô até carros esportes e GT, possuem opções de tunagem para comprar motores mais potentes, suspensão para melhorar a dirigibilidade e redução de peso. E a opção de tunagem te permite ajustes mais finos na parte de altura de carro e suspensão no qual altera o comportamento dos carros, tal como simuladores mais consagrados. Teve um Madza que numa corrida de curvas muito apertadas estava com certa dificuldade. Deslizar o carro daria uma certa vantagem competitiva e através dessa tunagem abaixando a dianteira mais do que a traseira, consegui o que eu queria: um carro mais traseiro nas curvas.

 

O objetivo principal no jogo é chegar no nível máximo (que vai até o nivel 15) no qual abre as categorias de automobilismo mais altas como a GT1. Aqui pelo menos é mais fácil fazer progresso no jogo porque não notei o sistema de grinding de Project Cars 3. Ainda continua o esquema de acumular o XP ao dirigir dentro do traçado ideal, além de passar na tangência nas curvas corretamente mas pelo menos você é recompensado por dinheiro pelos resultados da corrida. Dinheiro que serve para comprar ou melhorar os carros. Você consegue aumentar a sua coleção com mais facilidade. Sem contar com eventos específicos que premiam com um carro ao conquistar a vitória. Já tive a sorte de também ganhar carros ao evoluir o meu nível de piloto.

 

A inteligência artificial nas corridas no modo difícil é bastante interessante também e me proporcionou vários momentos emocionantes nas corridas. Ao passo que Project Cars 3 possui 39 circuitos, aqui tem três circuitos a menos. São 36. Mas o jogo que possui o traçado da Enna-Pergusa não pode ser considerado ruim. Não só possui os tradicionais circuitos presentes em qualquer jogo de corrida, mas também pistas mais obscuras do automobilismo, como a pista francesa de Dijon-Prenois, além do fato do automobilismo japonês não ter sido deixado de lado, com a presença das pistas de Autópolis e da pista de Ebisu, que possui um traçado mais apertado, necessitando mais ousadia do piloto para realizar a ultrapassagem. As pistas fictícias também estão presente em lugares distintos do planeta como Miami, Londres, Riviera e até Toquio, pista japonesa que tem um background num porto de exportação e importação de produtos. As pistas de Miami e Londres que mais parecem traçados montados para receber uma Fórmula Indy. E Riviera com forte influência e inspiração do circuito de rua de Mônaco invertido.

 

Além do modo principal de corrida, também tem modos time trial. Oportunidade perfeita de experimentar outros carros emprestados de Need For Speed. O modo Eliminator também é interessante. A cada 30 segundos é um verdadeiro drama porque o último simplesmente é cortado da corrida. Vou te falar… Dói bastante quando você está prestes a ultrapassar o penúltimo, só que o tempo acaba um pouco antes de realizar a ultrapassagem. Ou pior! Se distrair na curva, bater e acabar ficando em último e eliminado quando já restavam poucos carros na partida. Os demais modos particularmente achei entediante. O modo drift é um desses. Já era previsível que o comportamento dos carros neste jogo já induziria que em algum momento eu teria que encarar esta modalidade. Por conta disto é bem simples fazer drift. Porém acho entediante. Não acho graça ficar de lado andando em circulo, queimando borracha do pneu ou fazer essas manobras em circuito em 8.

 

Pelo menos, durante um destes eventos de drift, acabei batendo acidentalmente e aqui saliento o excelente modelo de danos que implementaram aqui. Os carros amassam. Tem um sistema de danos relevante que influencia no alinhamento do carro e mais. Se chega ao ponto de perder a roda, melhor dar restart na corrida. Fora que os destroços ficam parados na pista até o final da corrida. Corre também o risco de capotar de uma forma sensacional. É uma física de colisão muito superior a aquela coisa cosmética e sem graça de Project Cars 3. Falando em sem graça, você pode tunar e participar em corridas de arrancada. Por mais entediante que esta modalidade é, pelo menos a mecânica de jogabilidade é interessante. Você deve manter a seta dos giros em verde e passar as marchas manualmente, empurrando o analógico R3 para frente para aumentar as marchas. Em todo caso, a variedade de modos que Need for Speed 2 Unleashed permite com que o modo carreira do game seja mais interessante que em Project Cars 3. Até porque é o único modo que dá para aproveitar na versão de PC.

 

O jogo utiliza um sistema próprio Autolog para os recursos online, tanto para gravar os recordes de tempo das corridas, quanto das partidas multiplayer. Em outras palavras, passados 10 anos, o multiplayer deste game é tão vivo quanto o de Project Cars 3. Já não acha mais salas e nem gente para participar. Ou seja, saiba que o modo offline será o único aprovetável, caso vá a adquirir este game. Em todo caso, eu fico feliz que consegui superar o meu preconceito com a série Shift e pude prestigiar Need for Speed Shift 2 Unleashed e ter gostado daquilo que eu experimentei de forma geral. Se a proposta original da Slighty Mad Studios era competir com games Gran Turismo ou Forza falharam. O nível de simulação e fisica destas duas franquias estão um pouco mais a frente. Need for Speed Shift 2 Unleashed colocaria na mesma cesta de jogos como Grid. Apesar de Grid Autosport ser mais completo por ter mais categorias automobilísticas, inclusive de Fórmula, Need for Speed Shift 2 Unleashed procura ser a porta de entrada do universo de jogos de corrida de circuito fechado para os jogadores que estavam acostumados a fugir da polícia em carros de luxo a mais de 250 km/h e, com um modo carreira objetivo e variado com diversos modos para diversos gostos, consegue atrair a atenção e o interesse desses jogadores na saga. Provavelmente não aconselharia para pro players do automobilismo virtual acostumado com Assetto Corsa Competizione, mas para quem quer um game de corrida mais descompromissado, para relaxar, esta é uma opção bem melhor e mais inteligente do que torrar uma fortuna em Project Cars 3. Provando que se tivessem buscado no passado inspirações, a Slightly Mad Studios não teria acabado com uma excelente franquia ao ter lançado aquela bomba.

 

Texto e vídeo do Flagamer.

  • Outros Nomes:Shift 2: Unleashed, Shift 2: Unleashed - Limited Edition
  • Ano lançamento:2011
  • Fabricante: Electronic Arts, Slightly Mad Studios
  • Franquias: Need for Speed, Need for Speed Shift
  • Lançamento: Oficial / Licenciado
  • Gêneros: 3D, Automóvel, Corrida, Simulação
  • Formatos: Blu-ray, Mídia Digital
  • Regiões de Lançamento:
RegiãoDataCod. FabricanteCod. BarrasIdioma
Austrália31 / 3 / 2011NPEB-006185030941092715
Estados Unidos29 / 3 / 2011BLUS-30580 / BLUS-30580LE / NPUB-30539014633194845 / PlayStation Store
Europa1 / 4 / 2011BLES-01066 / NPEB-006185030931092718 / PlayStation Store

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